Qual a diferença entre diário mágico, grimórios e livro das sombras?

 

Se você está iniciando agora, deve achar que é tudo a mesma coisa e que existem apenas um tipo de caderno que o bruxo ou bruxa precisa ter. Mas na verdade eles são divididos tradicionalmente em três, e hoje vou apresenta-los e te contar qual a diferença dos três e qual momento cada um se faz importante na sua caminhada mágica.

Vamos lá?

Diário Mágico

O primeiro deles é o diário mágico, esse seria o caderno certo para quem estar começando sua caminhada mágica. Ele também é conhecido como diário da bruxa ou do bruxo, também como livro do espelho o diário mágico pessoal. Você pode encontrar algum livro da Wicca usando um desses termos, mas esse termo raramente é visto em livros como por exemplo “Wicca – Crenças e Práticas”, de Gary Cantrell.

O Diário Mágico é um registro mais informal e subjetivo de todas as suas experiências mágicas, sonhos, pensamentos, reflexões, meditações.

É bem próximo de um diário comum e você pode escrever tudo o que julgar pertinente. Não há restrições de cor, tamanho ou papel para o diário mágico. Pode até ser um arquivo digital no computador.
Você poderia escrever como se sente a cada dia e tentar relacionar seus altos e baixos emocionais com as fases da lua ou com os ritmos astrológicos, para quem é ligado em astrologia.
Você vai perceber que quando a lua sai fora de curso, isto é, não está em nenhum signo por algumas horas, sua vida pode se complicar bastante se não tomar cuidado! E que quando a lua está cheia suas reações podem ser bem explosivas.

Muito interessante para as meninas é registrar o seu ciclo menstrual e comparar as impressões que teve em um mês e em outro, talvez estivesse mais sensitiva, ou quem sabe mais melancólica.

Grimórios

O Grimório é um livro mais “científico”, segue o padrão dos antigos tratados de magia cerimonial, trazendo nomes e sigilos de anjos, demônios e elementais; invocações em línguas antigas; um catálogo de ervas e suas regências astrológicas; desenhos de pentáculos, etc.

Os primeiros grimórios eram escritos em pergaminhos ou papéis, e muitas vezes, amarrados com fita de couro.

É mais usado por magos cerimonias, de fato, na bruxaria quase não se houve falar dele.
Um Grimório pessoal deve trazer registros objetivos de rituais (ou seja, sem impressões pessoais), listas de correspondências mágicas, instruções para a fabricação de instrumentos mágicos, a relação de sigilos e símbolos, nomes de poder… É um livro que destina-se à preservação do conhecimento mágico, sem o interesse pelas experiências pessoais de um bruxo ou mago.

É uma enciclopédia, com informações objetivas e diretas, sem rodeios.

O grimórios é para consultas de todos os estudos que estamos fazendo ou já fizemos, e é bem interessante analisar que o grimório serve para falar sobre nossos experimentos mágicos também.

Como por exemplo: Se em um determinado livro diz que uma determinada erva serve para prosperidade e em outro livro fala que ela é eficiente para limpeza, você pode testar o uso dela e analisar qual propriedade mágica ela se tornou mais eficiente e baseado nisso, fazer anotações no seu grimórios.

Deixando bem claro que, diferentemente do diário mágico, o grimórios não pode ter suas experiências mágicas pessoais e sim apenas seus experimentos mágicos de forma bem analítica e didática.

O grimório também é aquele livro que tradicionalmente é passado de geração em geração com seus conhecimentos mágicos, ele pode ser emprestado para outros bruxos que sejam da sua extrema confiança, para que eles tomem notas de estudos mágicos que você testou.

Livro das Sombras

E por último e não menos importante, o  Livro das Sombras é um intermediário entre o Diário Pessoal e o Grimório. Você vai usá-lo em seus rituais, levando-o para o Círculo. Então já é melhor que seja feito por você, se for bom em trabalhos manuais, ou purificá-lo e consagrá-lo se for comprado.
Geralmente sua capa é preta e traz um pentagrama na capa. As folhas do seu interior devem ser virgens, não seria interessante usar papel reciclado devido à uma carga energética preexistente.
Os bruxos modernos costumam usar um tipo de fichário, seguindo as especificações anteriores, mas com a vantagem de ter folhas removíveis e permitir a separação dos registros por assunto.
Tradicionalmente, o Livro das Sombras era um “livro de receitas” de rituais, feitiços, cânticos e encantamentos que cada bruxo copiava à mão do livro do Alto Sacerdote ou Alta Sacerdotisa. Atualmente, uma grande parcela dos bruxos são solitários e não foram formalmente iniciados. Mas podem e devem manter um Livro das Sombras com os registros de rituais, sonhos com significações mágicas, reações a exercícios, poemas, invocações, experiências de transe e meditação.
No Ocultismo, o Livro das Sombras é muito valorizado no sentido de fornecer um panorama do desenvolvimento mágico do praticante. É usado principalmente para registrar o treinamento e a execução de exercícios de concentração, visualização, experiências astrais, invocações, etc. e quais os resultados obtidos, facilidades e dificuldades.

Alesteir Crowley era enfático sobre a importância desse registro, porque um mago pode mentir para os outros e se gabar de grandes feitos, mas não pode mentir para si mesmo.
O Livro das Sombras não deve ser tocado nem mostrado para ninguém, a não ser outro bruxos ou pessoas que você realmente confia. Aliás, nenhum objeto consagrado deveria ser tocado por outra pessoa, pois ela pode estar ligada à egrégoras contrárias às suas e anular a consagração.

 

Como consagrar meu caderno mágico?

Agora que falamos sobre a diferença de cada um deles, é importante destacar que há necessidade de qualquer um deles, antes de ser utilizados, sejam consagrados.

Na verdade, qualquer instrumento mágico deve ser consagrado antes do uso, mesmo que este instrumento tenha sido feito com você. Ignorar isso é já iniciar errado seus estudos.

Cada objeto tem uma forma de ser consagrado, e em geral, não existem uma regra a seguir sobre  qual a melhor forma de consagrar, porém sempre notei mais potencial em tudo que utilizo os 4 elementos para consagração, além de que acredito ser mais completo uma vez que consagramos em todos elementos ao invés de escolher apenas um ou dois.

No caso dos cadernos mágicos, deve ser consagrado com a energia da Terra, pois traz o conhecimento e a inspiração do Ar, em manifestação no plano físico. Acrescento o fogo para iluminação e clareza e a água para equilíbrio dos sentimentos ao anotar cada estudo.

Segue abaixo uma forma simples de consagração.

Lembrando que em cada elemento você deverá intencionar com a correspondência citada acima.

Então, quando for consagrar na terra, intencione o conhecimento sendo trazido ancestralmente para você.

Quando for no ar, intencione a elevação das suas inspirações mágicas, no fogo intencione sua iluminação mágica e na água sua clareza mental e equilíbrio sentimental para se ater as fatos e não aos sentimentos que te dominam ao escrever cada estudo.

Como fazer isso?

Ideal se fosse feito em uma segunda – feira, que é dia da lua, e  a lua por si só é intuitiva, ou em uma quarta- feira que é dia de Mercúrio, que é uma energia voltada para quem precisa de sabedoria, inteligência e direcionamento em estudos.

Para representar a Terra: Cristal ametista, ambar, lápis-lazuli ou até mesmo cristais turquesa, que são ótimos para intuição.

Para representar o Fogo:  Uma vela

Para representar o Ar: Um incenso.  O incenso de mirra, assim como o de arruda, tem como principal função a purificação de energias.

Para representar a Água: A própria água que limpa as energias negativas.

Pegue o cristal e passe na capa, dentro e fora do seu caderno mágico, intencionando a limpeza dele e potencializando sua intuição, após isso passe o incenso da mesma forma e intencionando e purificando igual foi feito anteriormente.

Passe seu caderno em cima da leva seguindo ainda a intenção e após termine umedecendo sua mão na água e consagrando – o pelo o nosso último elemento.

Note que intencionalmente traçamos assim um circulo mágico em sentido horário utilizando os quadrantes começando pelo norte, que seria o elemento de terra.

 

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